My photo
Estou em direção à névoa da cidade. O cheiro de fritura dá a noção da chegada. E sobre a ponte vejo o rio gotejar, lá embaixo. Libertação dos sentidos!!!!

Tuesday, December 26, 2006

Os poemas do trem

Diariamente utilizo o trem para o deslocamento ao trabalho. Geralmente, me distraio com o fone de ouvido e a rádio sintonizada em AM, lógico. Mas, por vezes, na correria, esqueço o aparelho. E nestes casos a distração vem através de uma cochilada. Entre uma e outra piscada, dias desses, me detive a ler os poemas que ficam expostos nas paredes do veículo. Percebi, então, o quando é complicado escrever este tipo de texto. É necessário muito talento para transformar a inspiração em algo visível. Quando mais jovem, na adolescência para ser mais exato, era metido a poeta. Escrevia desesperadamente. Boa parte deste material foi para o lixo, graças a Deus. Lembrando de alguns, penso, como eram ridículos, piegas ao extremo, previsíveis ao extremo e depressivos ao extremo. Hoje não me arrisco mais nestas investidas. Poema é algo muito complexo, difícil. É tênue demais a linha que separa um ótimo poema de um borrão. E não existe meio termo, pelo menos na minha avaliação. Muitas vezes se pensa que a utilização de palavras e expressões rebuscadas significam conhecimento e o sucesso da poesia. Muito pelo contrário, acredito. Que o diga Mario Quintana. Escrever de forma simples não necessariamente resulta em abandonar a sutileza do texto, uma das características do poema. Mas pra isso é necessário mais que vontade. Isso eu tenho bastante. Letra de música é diferente, a melodia, o instrumental podem salvá-la, e assim é, na maioria das vezes. Acho que escrever poesia é um dom divino. Eu tô fora. Recolho-me a minha insignificância poética. Mas fica a dica. Sugiro uma leitura dos poemas do trem. Existem coisas maravilhosas. Por outro lado, também estão por lá verdadeiros amontoados de palavras, que só fazem sentido na cabeça de quem escreveu, se é que este tem noção do que queria realmente dizer.

Contraponto:
Na verdade, acho que sou muito burro e não entendo nada. Quem sabe me faltam leitura, sensibilidade e boa vontade pra sacar as coisas que estão diante dos olhos. Será que perdi a fantasia e o romantismo no modo de encarar a vida? Será que o pragmatismo tomou conta do meu ser?

Conclusão:
Ah, porra nenhuma. Salvo exceções, os poemas do trem são uma bosta.

Remorso:
Quem sou eu pra ficar avacalhando os poemas do trem ou qualquer outro?

No comments:

Salve Coletivo

Powered By Blogger