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Estou em direção à névoa da cidade. O cheiro de fritura dá a noção da chegada. E sobre a ponte vejo o rio gotejar, lá embaixo. Libertação dos sentidos!!!!

Friday, August 10, 2007

É melhor ser alegre que ser triste

Todo artista precisa de inspiração. Por exemplo, Pedro Juan, necessita sentir na pele o ar de Havana. No meio da semana vi o documentário Vinícius. E para este, o combustível musical e poético era o amor. Necessitava estar constantemente apaixonado. Casou-se nove vezes. E aliado a este estado de espírito, soma-se a genialidade. Vinícius de Mores aproximou a métrica do popular. Foi um dos criadores da bossa nova e dono de canções imortais. O documentário é fabuloso. Traz um retrato fiel da vida do poeta, com depoimentos, interpretações sonoras e os versos dos mais bonitos que já li na vida. Além disso, mostra as transformações do Rio de Janeiro, sua cidade natal, desde a época em que era a capital do Brasil. A obra emociona também pelas imagens antigas em parcerias com Tom Jobim, Baden Powell e João Gilberto. Ainda as reuniões em seu apartamento, nas noites de whisky, cantoria e composições. E mais: as interpretações dos poemas por Camila Morgado e Ricardo Blat, num pocket show em homenagem a Vinícius, são maravilhosas e de uma sensibilidade incrível. Vale a pena. Recomendo. Só vendo é possível tentar dimensionar quem foi Vinícius de Moraes. Me fez lembrar das leituras, quando adolescente, na biblioteca pública de São Leopoldo. Bons tempos. Foi um período de mergulho intenso na literatura brasileira.

Tuesday, August 07, 2007

Leitura do momento

Contundente. É tipo um soco na boca do estômago. Em relatos que conversam com o leitor, os caras apontam a realidade cruel em que a juventude da periferia é exposta cotidianamente. O tráfico, a violência, o vício, o medo, a corrupção policial, o racismo, o descaso, o ódio, a bala perdida, etc. Trazem para discussão a forma como todos estes problemas estão sendo (ou como deveriam ser) tratados pelo poder público e pela sociedade. O terreno é bastante espinhoso e complexo. E essa é a questão. Como desenrolar todos esses nós quando temos falência moral de cima para baixo? Falta base, educação, saúde, cultura, emprego. Sem isso, o círculo será literalmente vicioso. Avançando nas páginas, voltei à minha monografia. Estudei o Hip Hop e a mídia e, em determinado momento, cheguei a conclusão de que quem ajuda a favela é a própria favela. Falta conhecimento de causa e vontade política para projetos sociais eficientes que possam acender aquela luz no fim do túnel para a rapaziada. Numa entrevista que fiz com DJ Nezzo para o TC, ele disse: “na maioria das vezes, a única referência que a comunidade tem com o estado é quando a polícia entre na periferia”. E da parte da mídia, uma das falhas que apontei, é a falta de aprofundamento e contextualização neste tipo de cobertura, relatando, por exemplo, ações como as do movimento Hip Hop. E o que é mais perigoso, a generalização: favela como sinônimo de marginalidade. A temática precisa ser constantemente debatida de forma séria, por todos os seguimentos. Recomendo esta leitura como um incentivo a internalizar essas questões e a projetar de que forma podemos fazer a nossa parte. Lutemos pela salvação do coletivo.

Salve Coletivo

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