Tempos atrás publiquei neste espaço que Nelson Motta estava escrevendo a biografia de Sebastião Rodrigues Maia. Pois aí está, materializada a obra de uma vida muito louca, cheia de percalços, brigas, prisões, vícios, mas repleta de ritmo, que resultou numa das melhores páginas já escritas na história da música brasileira. Tim Maia era temperamental, inconseqüente, porém, sempre esteve à frente de seu tempo. Introduziu o Soul no país, acrescentando um tempero tipicamente nacional. Produziu algo novo e revolucionário num tempo em que a Jovem Guarda enlouquecia as garotinhas. Ele pensava música no mais amplo sentido que esta palavra possa ter. Previa arranjos, frases sonoras, métrica das batidas, as linhas de baixo, os riffs e intervenção dos metais. Sensibilidade total. Só para citar uma das passagens, fiquei emocionado nas circunstâncias como ele compôs “Azul da cor do mar”:Ah! Se o mundo inteiro
Me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi...
E na vida a gente
Tem que entender
Que um nasce pra sofrer
Enquanto o outro ri...
Não dá para contar. Deixo aqui a curiosidade, só para provocar um pouco. É que a leitura realmente vale a pena, não tenha dúvida. Fato a lamentar foi a perda precoce desse cara, vítima de seus próprios excessos, mas que muito ensinou/influenciou os que vieram depois. Salve Tim. Ah, e o texto do Nelson Motta... Sem comentário, seria chover no molhado falar alguma coisa.


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