"Estamos vivendo o pré-caos". A afirmação é de um professor da UFRGS, especialista em transportes com quem conversei na semana passada. No bate-papo, expressei minha preocupação quanto ao inchaço populacional e a falta de infra-estrutura para atender toda essa demanda. Ele, citando dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), me deixou ainda mais abalado. Em 2007, foram comercializados, no país, mais de 4,2 milhões de unidades, uma alta de 29,57% em relação ao ano anterior. Claro, por um lado, isso representa crescimento econômico, empregos e uma certa estabilidade financeira por parte da população. O problema é que os investimentos em estradas, por exemplo, não conseguem acompanhar infimamente o desenvolvimento da indústria. Resultado: destruição da malha viária já existente, mais acidentes, engarrafamentos, só para citar alguns problemas neste processo. Todos os lugares estão lotados, o tempo inteiro. Estacionar, atualmente, é uma missão extremamente complicada, mesmo com as cidades menos movimentadas com a maior parte da população no Litoral. Por falar em Litoral, meu Deus! Acompanhando o movimento todos os finais de semana, é visível o aumento da frota. Saindo da Free Way, tem trânsito lento na sexta e no domingo. Haja paciência. Outro exemplo, a BR 116. Estrangulada. O pior é que não se visualizam soluções a curto prazo, como ressaltou o professor. Por outro lado, para amenizar, afirmou que ainda vai demorar um pouco para termos por aqui o mesmo que acontece em SP. No fundo, acho que ele disse isso só para aliviar e descontrair diante do breve silêncio após sua avaliação exposta aqui na abertura do texto. “Mas é um bom tema, importante. Temos que intensificar os debates neste sentido”, finalizou.


