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Estou em direção à névoa da cidade. O cheiro de fritura dá a noção da chegada. E sobre a ponte vejo o rio gotejar, lá embaixo. Libertação dos sentidos!!!!

Saturday, April 30, 2011

Ensaiar

Na época em que tinha banda e acompanhava frequentemente a evolução dos grupos ao nosso redor, a coisa que mais me impressionava era o ensaio. Não que eu fosse ao estúdio com os caras ou que estivesse ao lado no pré-show. É que essa prática fica muito evidente nas apresentações. O palco não mente. A força e a performance podem ter um significado pífio sem o suporte do treinamento anterior. O ensaio, além de colocar a música no prumo, enseja tantas outras realizações que, às vezes, nem são percebidas pela naturalidade com que as coisas acabam acontecendo. Não necessariamente, mas na maioria dos casos, são nos ensaios que surgem as piadas internas, as intimidades e afinidades. São nos ensaios que a parceria ganha o patamar de irmandade. Entretanto, como é da complicação natural da convivência, são nos ensaios que brotam também os ranços, a fofoca e a cizânia. Em determinadas situações, superável. Em outras, fica somente o amargo de um sonho que chegou ao fim. E muitos grupos esvaem-se sem deixar vestígio físico de sua obra, uma pena. Mas, em geral, o ensaio representa uma grande confraternização, sociabilidades reais e virtuais, em que agregam-se outros amigos, múltiplas histórias e novas canções. Há quem não goste de ensaiar, que ache um saco. Nesse caso, um mal necessário. Por outro lado, há quem venere o ensaio e o veja como um verdadeiro culto. Dos ensaios, só tenho boas lembranças.

Thursday, April 28, 2011

Sambis

Não adianta, para entender melhor é preciso buscar na fonte.

Wednesday, April 27, 2011

Vou falar...

Música: Inimigo Social (gravado em 1999)
Artista: Mocosite
Mocosite é:
Gritos e Letras - Tom Fortunato
Guitarra - Carlos Vargas
Baixo - Ricardo Costa
Bateria - Milton Saraiva
Inimigo social by tomfortunato

Monday, April 25, 2011

Leitores

Diz o meu primo Cabeça que tem acompanhado seguidamente este espaço virtual de ideias. No final de semana, nos encontramos e fizemos uma roda de violão e bongô, na parceria do meu irmão, Black Nê, e o do Brother Lee. Visitamos sucessos antigos, lembramos de coisas hilárias de tempos idos e degustamos um assado espetacular. No feriadão ainda conversei com meus outros primos, os manos Erlon, Dino (da unha) e Núbia. Eles também afirmaram que já leram ou que pretendem conferir os meus escritos. Participamos de uma celebração muito especial, sábado. Foi uma Páscoa bem bacana, na companhia de pessoas maravilhosas, em família, na boa. Beijos a todos e obrigado pela audiência.

Tuesday, April 19, 2011

Os 70 do Rei

Existem coisas que não se pode negar. Ele é quase uma instituição. Atravessou e influenciou gerações, sempre cultuado como referência na discografia brasileira. Tem sons que são clássicos. “Todos estão Surdos” é um exemplo. Das minhas preferidas. Baita groove! Pegado! Em tempos de intolerância e violência, fica a mensagem. É hoje, 19 de abril. Parabéns, Robertão!!!

Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Thursday, April 14, 2011

Moment of Surrender

Ainda sobre o U2. Vale o registro. Não por acaso que a banda é diferenciada. O grupo alcançou um outro patamar pelo conjunto da obra. Além da ótima qualidade sonora, da poesia, e do palco hipnótico, as ações, desde o início da carreira, sempre foram marcadas pelo engajamento e a preocupação com os problemas que afetam os continentes mais pobres. Personificada na figura de Bono Vox, a banda cultivou, ao longo dos anos, tendo a música como instrumento, iniciativas de combate às mazelas mundiais, lutando pela igualdade, pelo fim da miséria e da intolerância. Chegando ao Brasil, assim como em outros países, o grupo fez questão de um encontro com a presidente, o que demonstra também o caráter político e social da visita. Nos shows de São Paulo, um momento extremamente especial: Bono solicita que apaguem as luzes e que a multidão mantenha apenas celulares ou isqueiros iluminando. É quando a banda presta homenagem às crianças assassinadas em Realengo. Os nomes das vítimas do massacre no Rio de Janeiro surgem no mega telão. É de embargar a voz. É de uma de uma sensibilidade que só poderia ter vindo do U2.

Wednesday, April 13, 2011

Breves impressões

O último final de semana foi na cidade de São Paulo. Ficamos no centro, onde sirenes constantes e buzinas frenéticas compõem uma trilha sonora nervosa e surpreendente. Nos céus, a cada momento, helicópteros sobrevoam os prédios cinzentos, imponentes e pichados no topo. Nas calçadas, uma multidão caminha enlouquecida como se não houvesse destino. Nos juntamos aos peregrinos urbanos. Passamos pela Estação São Bento e chegamos a 25 de Março, um conglomerado de ambulantes e lojas de artigos variados. Lá, uma pausa para água. A poluição faz arder a garganta e os olhos. Seguimos: praça da Sé. No retorno, praça do Anhangabaú. Desbravando as redondezas, avistamos a Galeria do Rock (foto), um paraíso onde se pode encontrar estampas clássicas de nossas bandas preferidas. Num dos estabelecimentos, uma menina, em idade emo, pergunta sobre discos e camisas do The Who. Eita, São Paulo! São Paulo de tantas faces, de opções culturais infinitas, de sotaques múltiplos, um mundão. E onde tudo é macro, a degradação humana também assume outras proporções. No deslocamento para o aeroporto, no domingo, passamos por um trecho chamado de cracolândia. Por volta das sete da manhã, dezenas de homens e mulheres, em meio ao lixo, transitavam como zumbis. Triste. Chocante.

Tuesday, April 12, 2011

1, 2, 3...14

Ainda estou um tanto anestesiado. Quase não consigo acreditar. Um dos meus sonhos - e da Cíntia também - era ir ao show do U2. Das outras vezes que estiveram no Brasil, acabamos acompanhando pela TV. Ficou aquele sentimento de “um dia, quem sabe”. E esse dia chegou. Ver os irlandeses ali, tão perto, foi sensacional, mágico, não deu para segurar as lágrimas. Lembrei da primeira vez que ouvi a banda, lá se vão mais de 20 anos. Resgatei e acompanhei fielmente a discografia entre Boy e Zooropa. E olha que naquele tempo não tinha internet. Era complicado buscar notícias sobre seus ídolos. Tudo era analógico, recortes em revistas e jornais, livros, LPs. Ainda hoje tenho uma pasta arquivo onde guardo nos plásticos as informações colhidas em outras épocas. Depois, confesso, me distanciei um pouco dos álbuns posteriores, mas nunca deixei de ouvir e de admirar a sonoridade, a melodia e a poesia das canções. Nas duas horas e meia de apresentação em São Paulo, as recordações brotaram. E estávamos ali, naquela multidão em transe, de frente para aquele espetáculo gigantesco, de frente para os caras que mudaram a nossa história, mergulhados na emoção de um sonho que se transformou em realidade. Entre uma música e outra, nos abraçávamos e tínhamos nossos rostos inundados.

Elevation

U2, 360º, São Paulo, 9 de abril de 2011. O que vou te dizer, meu guri???!!!


Saturday, April 02, 2011

A unha

Meu primo Dino está com a unha escura no polegar direito. Apertou o dedo na porta do carro. Dói muito. Dói muito mesmo. Horrível! Solidarizei-me com ele. Sei o que é esse sofrimento. Há alguns anos passei pelo mesmo revés. A única diferença é que fui abatido na canhota. Foi um minuto de bobeira e a porta veio com tudo, impiedosa, malvada, vingativa. Dá vontade de gritar, sair pulando, de ir às lágrimas. O martírio começa na extremidade, toma todo o braço, chega ao ombro e sobe até a cabeça. No impulso desse desespero, na época em que fui vítima da tragédia, atirei-me ao hospital. O médico: “Vamos ter que furar a unha e dar vazão ao sangue que está pressionando. É por isso que dói tanto”. Furar a unha, como assim? Apesar da moléstia, a ideia de furar a unha me parecia ainda mais monstruosa. Vou embora, acho que estou é fazendo fiasco, pensei. Quando tomei o rumo da saída, uma enfermeira entra aos berros, procurando o paciente ferido no dedo. Deu mais medo. “Não vai doer nada”, disse a senhora com cara de poucos amigos. Ela não mentiu. Contrastando com sua expressão rude, a mulher foi delicada no trato com a agulha. Fez três furos. O sangue brotou. Alívio! Imediato. Saí até respirando melhor. Atenção: não façam isso em casa. Busquem sempre auxílio médico. E nunca mais esqueci aquela frase redentora gritada no meio da emergência: CADÊ O RAPAZ DA UNHA?

Salve Coletivo

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