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Estou em direção à névoa da cidade. O cheiro de fritura dá a noção da chegada. E sobre a ponte vejo o rio gotejar, lá embaixo. Libertação dos sentidos!!!!

Thursday, October 11, 2007

Iniciativas que afastam a molecada do tráfico

Nas condições normais de pressão e temperatura, é praticamente impossível concorrer com o apelo do tráfico nas periferias. Para os adolescentes, poucas são as opções e estímulos para trilhar um caminho diferente. Falo da falta de oportunidades, de maneira geral, e da baixa auto-estima, diante do descaso da sociedade, em última instância. São renegados, rotulados e praticamente invisíveis, como avalia Luiz Eduardo Soares. Para os jovens favelados, uma das poucas referências em relação ao poder público é quando a polícia entra em ação. Frente a uma realidade tão cruel, unir-se ao tráfico é quase que inevitável. Isso porque, o tráfico, às avessas, possibilita experimentar o reconhecimento, a valorização, “um plano de carreira”, dinheiro, status. Representam conquistas dificultadas ao extremo para eles pelas vias legais. Esclareço que esta não é uma defesa ao tráfico, mas a ilustração de como a batalha é desleal para quem se importa. É um círculo, literalmente, vicioso. Por isso, mais uma vez defendo iniciativas como o Hip Hop, que tão pouco apoio recebe da sociedade civil organizada. Para quem entende o Hip Hop apenas como estilo musical, cabe ressaltar que a premissa maior do movimento é fomentar a cultura da paz. A religiosidade também se presta a este fim. Nos cultos de matriz africana, por exemplo, é visível a crescente participação da juventude. Enquanto cantam e rezam para saudar seus Orixás, retiram-se do rol de possíveis soldados da violência e desenham um futuro com mais esperança e alternativas. Parece pouco ou simplista? Pode ser, mas já é alguma coisa. Cada vez que se consegue trazer um para o lado branco da força, a contabilidade da paz cresce e nós agradecemos.

2 comments:

LU K. said...

tb sou a favor de movimentos como o hip-hop!
ajudar a mudar de vida é o primeiro passo para mudar a vida do tráfico.

TOM FORTUNATO said...

é verdade. dentre as entrevistas que fiz para minha monografia, um dos integrantes do movimento me relatou: "com o Hip Hop eu sai das drogas". Hoje o cara é um micro-empresário do setor, produz roupas, e ajuda jovens que como ele estavam prestes a ter um triste destino. bjo, lu.

Salve Coletivo

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